A expressão Indústria Cultural foi empregada pela primeira vez em 1947, por Theodor Adorno e Max Horkheimer, no livro “Dialética do Esclarecimento”, em que se opuseram ao termo cultura de massa, pois essa cultura vivenciada não surgiu espontaneamente da própria massa em si, mas a indústria cultural contribuiu para constituir um processo maquinal produzido exteriormente na lógica do capitalismo.
Um dos maiores agentes propagadores da indústria cultural
são os meios de comunicação de massa. Os mass media proporcionam
uma simultaneidade de apreciação de uma obra de arte superior e ao mesmo tempo podem
dialogar com a arte inferior unindo os domínios artísticos separados há
milênios. Por exemplo, um filme hollywoodiano pode se apoderar de uma obra shakespeariana
e a tornar cômica para deixá-la mais vendável, e que seja consumida por um
público diverso. A indústria cultural recebe esse nome pela sua similaridade à
indústria comum capitalista com a produção em série visando sempre o lucro.
Na
indústria cultural, utilizando ainda o exemplo anterior, um filme pode ser
considerado um sucesso quando se extrapola os limites da telona e se transforma
em outros meios de obter lucro. Um dos exemplos mais plausíveis está na Disney
que em uma obra audiovisual pode vendê-la em formato de best-sellers, games,
Cds e Dvds, e que invadem o cotidiano de bilhões de pessoas no mundo todo. Para
Adorno, música, cinema, literatura, revistas etc., tudo está a serviço do
mercado, toda criação espiritual e intelectual pode tornar-se um fim lucrativo.
Adorno
mantém uma visão negativa das modernas técnicas de reprodutibilidade tal como
elas eram aplicadas na arte produzidas em solo americano e dai foi afunilando
sua teoria da arte manipulada sob a indústria cultural capitalista. Essa
indústria cultural está(va) desenvolvendo maneiras de servidão e dependências
dos consumidores (objetos da indústria cultural) através da sensação de que
tudo está em ordem, que o sistema capitalista é o melhor para humanidade,
enganando as consciências das massas e entregando aos interesses dos poderosos.
Os EUA, dentre as nações capitalistas, é a que tem uma maior destreza na
manipulação da consciência dos consumidores que compram diariamente o estilo de
vida americano e sua cultura, sem ao menos refletir sobre, dessa forma a indústria
cultural vai além da produção em larga escala, e é ao mesmo tempo uma
inculturação do capitalismo.
Portanto
não se pode afirmar que existe uma cultura de massa, pois não é natural da
massa ou proveniente dela (instintivo), mas sim uma indústria cultural, onde o
capitalismo tenta impor o seu modo cultural, ou seja, de vida capitalista,
tornando a arte uma mercadoria, o artista um proletariado e o consumidor o
objeto que faz essa engrenagem funcionar.