A Grécia Antiga - Tempos de Formação (Para quem tem pressa)


Localizada na península Balcânica, a Grécia Antiga foi habitada a partir do século XX a.C. por diversos grupos étnicos, como os aqueus, eólios, jônios e dórios. Os aqueus estabeleceram-se no Peloponeso, onde fundaram cidades-Estado notáveis, como Micenas. Por volta de 1200 a.C., os micênios se envolveram em um longo conflito conhecido como a Guerra de Troia, tema do poema épico Ilíada, atribuído a Homero.

Aproximadamente no século XII a.C., os dórios expulsaram os aqueus, forçando-os a migrar para outras regiões. A chegada dos dórios resultou em uma forma de organização social mais simples, caracterizada por unidades agrícolas coletivas chamadas "genos". Gradualmente, a sociedade evoluiu e deu origem às pólis, ou cidades-Estado gregas. Alguns grupos detiveram a maior parte das terras, formando uma aristocracia agrária.


No século VIII a.C., os gregos estabeleceram várias colônias em diversas regiões do Mediterrâneo. Por volta do século V a.C., as cidades-Estado mais importantes da Grécia eram Atenas e Esparta.


Esparta e Atenas - Diferenças Sociais



Atenas baseava sua economia no comércio marítimo e suas terras cultivadas eram controladas pelos eupátridas, formando a aristocracia rural. Abaixo deles, estavam os demiurgos (artesãos) e os pequenos proprietários. Os metecos (estrangeiros), comerciantes sem direitos políticos, assim como as mulheres e escravos, também não possuíam cidadania e seus direitos eram restritos.

Essas desigualdades sociais resultaram em conflitos em Atenas. Líderes políticos com grande poder surgiram, adotando medidas contra os eupátridas, sendo conhecidos como "tiranos". Em 506 a.C., o legislador Clístenes afastou a aristocracia rural do poder, concedendo poderes aos cidadãos, que tomavam decisões na assembleia. Contudo, mulheres, escravos e estrangeiros continuavam sem o status de cidadãos.

Por outro lado, Esparta era uma sociedade militarizada, localizada no Peloponeso e habitada pelos descendentes dos dórios. Os proprietários de terras, esparciatas, formavam o grupo dominante. Comerciantes, artesãos e camponeses, conhecidos como periecos, viviam na periferia da cidade. A base da sociedade era constituída pelos escravos.

Esparta possuía uma diarquia, sendo governada por dois reis. Havia também um conselho de anciãos (Gerúsia) e uma assembleia de cidadãos. A cidade era administrada por uma junta chamada éforos, formada por cinco cidadãos eleitos anualmente.


A Época Clássica - Avanços e Guerras

O século V a.C. marcou o período clássico da Grécia, caracterizado por avanços nas artes, filosofia, literatura e ciências. Contudo, esse período de ouro também foi marcado por inúmeras guerras, que levaram, no século seguinte, à dominação macedônica.

As guerras entre os gregos e os persas começaram sob o reinado de Dario I, rei persa, que tentou, sem sucesso, ocupar Atenas. O sucessor de Dario I, Xerxes, fez novas investidas contra os gregos, mas foi derrotado em 479 a.C.

Para evitar novas ameaças, Atenas e outras cidades-Estado criaram a Liga de Delos, que arrecadava dinheiro, soldados e navios para a defesa do território. Entretanto, Atenas direcionou recursos para sua própria reconstrução, e esse período ateniense ficou conhecido como o século de ouro, especialmente durante o governo de Péricles.

Em oposição à hegemonia de Atenas, Esparta uniu-se a outras cidades-Estado, formando a Liga do Peloponeso. Isso deu início à Guerra do Peloponeso, resultando na hegemonia de Esparta e, mais tarde, de Tebas. As disputas entre as cidades-Estado enfraqueceram o mundo grego.

Foi Felipe II, rei da Macedônia, quem iniciou a expansão sobre as cidades-Estado gregas. Seu filho, Alexandre, o Grande, continuou as conquistas, dominando o Egito, a Pérsia e parte da Índia. Seu objetivo era integrar as culturas ocidentais e orientais, dando origem à cultura helenística.