Através do autor e filósofo José Ortega y Gasset, analisamos o primeiro capítulo (O fato das aglomerações) e o sexto capítulo (Começa a dissecção do homem-massa) presentes no livro “A Rebelião das Massas”. Capítulos esses de fácil compreensão, isso devido ao autor querer ultrapassar as barreiras das obras da época, sempre voltada para o público letrado ou intelectual. A linguagem simples talvez seja para que as “massas” também tenham acesso ao fenômeno histórico (considerado por Ortega a crise mais grave) a qual estavam vivenciando, no final do Século XIX e início do Século XX. A esse fenômeno o autor classificou como sendo a “Rebelião das Massas”.
Com
advento da contemporaneidade ocorreu uma transição do cheio (aglomeração) para
o superlotado dos espaços sociais. O interessante que segundo a análise de Ortega
y Gasset, que essas multidões já existiam antes, porém não com o formato de
multidão em si, dessa forma os nossos olhos foram trocados as lentes de
percepção e agora são possíveis ver multidões por toda parte. A multidão deixou
seu papel de figurante e tornou-se protagonista, nasce a ideia de massa social,
assim como a dinâmica da sociedade em seus dois fatores de minorias e massas.
Ortega y Gasset faz uma critica aos marxistas ao dizer que o conceito de massas
vai além das massas operárias, pois “Massa” é o homem-médio ou homem-massa (o
que não é especialmente qualificado, sendo similar aos outros homens, em suma
se sente como todo mundo).
Com o despertar das massas, Ortega assiste à ascensão de um novo tipo de democracia, a hiperdemocracia, aquela em que as
massas governam impondo seus desejos e gostos. Cria-se um novo mundo, uma nova
ordem e um novo homem. O homem do Século XIX, rompeu os laços de parentescos
com o dos séculos antecessores, por ser mais agraciado com as transformações
sociais e tecnológicas provindas do regime capitalista que estava iniciando de
vez seus anos dourados.
O homem-massa atual é semelhante a uma criança
mimada, sem limite, com seu egocentrismo aflorado, graças as facilidades do
mundo novo, ou melhor dizendo o fantástico mundo capitalista.
