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sábado, 22 de maio de 2021

A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica


 


Nesse texto do filósofo e sociólogo judeu alemão, Walter Benjamin, um dos principais representantes da Escola de Frankfurt, é posto em questão qual era o comportamento e a compreensão da obra de arte com o advento do capitalismo e o progresso dos meios de comunicação de massa, sendo um dos maiores propagadores da reprodutibilidade técnica da modernidade.  

Benjamin nos permitiu entender que a reprodutibilidade técnica da obra de arte esteve presente desde a história antiga, mas ganhou um processo novo na idade média com surgimento da xilogravura e mais ainda com a litografia na modernidade, onde a artes gráficas eram produzidas em larga escala e sobre criações sempre novas. E com o surgimento da fotografia ocorreu a substituição da habilidade manual artística pelo olhar, fazendo com que o processo de reprodução da imagem ganhasse mais aceleração.

O caráter de unicidade da obra de arte é a autenticidade, ou seja, originalidade. A aura é o sentido de sacralidade, de unicidade de uma obra de arte, por exemplo, é você se deparar com algo feito em outra época e saber que um artista renomado parou naquela mesma tela e imortalizou uma cena, inserindo naquele que aprecia a obra um valor de culto. Porém, na modernidade há um declínio da aura proporcionada pelos meios de comunicação de massa, que ao reproduzir uma obra de arte perde a unicidade ou a aura desta. Por exemplo, frequentemente nos programas televisivos, revistas ou internet presenciamos a utilização de pinturas clássicas de pintores renomados sendo repassadas em larga escala, e o sentido de aura que se tinha antes agora virou vulgar.

Pode-se perceber que ao falar de teatro o autor o coloca como algo provido de aura, mas o cinema não, pois a linguagem dos meios de produção de ambas são distintas assim como a suas audiências, porque o cinema é uma experiência coletiva ou de massas, e o teatro se restringe a seu espaço. No cinema, qualquer pessoa que passe pela rua tem oportunidade de aparecer na tela, é a visibilidade que tempos depois o cineasta norte-americano, Andy Warhol, intensificou com a frase "no futuro todos serão mundialmente famosos por 15 minutos".

A técnica de reprodução vista na arte modifica a atitude da massa diante da mesma, pois o caráter elitista das pinturas é o contrário do público massivo do cinema. A pintura que falei é elitista porque era voltada somente para uma minoria apreciadora, mas o cinema é seu contrário, objetiva as massas, porque as produções visam o lucro. Dificilmente um produtor parará e pensará: irei produzir uma arte que faça as massas refletirem o seu papel na sociedade, o que se busca nos filmes é a alienação da massa pelo conformismo do sistema capitalista. De maneira geral, entende-se desse texto que a obra de arte reproduzida pelos meios de comunicação de massa perde o seu valor estético.