A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica
Nesse
texto do filósofo e sociólogo judeu alemão, Walter Benjamin, um dos principais
representantes da Escola de Frankfurt, é posto em questão qual era o
comportamento e a compreensão da obra de arte com o advento do capitalismo e o
progresso dos meios de comunicação de massa, sendo um dos maiores propagadores
da reprodutibilidade técnica da modernidade.
Benjamin
nos permitiu entender que a reprodutibilidade técnica da obra de arte esteve
presente desde a história antiga, mas ganhou um processo novo na idade média
com surgimento da xilogravura e mais ainda com a litografia na modernidade,
onde a artes gráficas eram produzidas em larga escala e sobre criações sempre
novas. E com o surgimento da fotografia ocorreu a substituição da habilidade manual
artística pelo olhar, fazendo com que o processo de reprodução da imagem
ganhasse mais aceleração.
O
caráter de unicidade da obra de arte é a autenticidade, ou seja, originalidade.
A aura é o sentido de sacralidade, de unicidade de uma obra de arte, por
exemplo, é você se deparar com algo feito em outra época e saber que um artista
renomado parou naquela mesma tela e imortalizou uma cena, inserindo naquele que
aprecia a obra um valor de culto. Porém, na modernidade há um declínio da aura
proporcionada pelos meios de comunicação de massa, que ao reproduzir uma obra
de arte perde a unicidade ou a aura desta. Por exemplo, frequentemente nos
programas televisivos, revistas ou internet presenciamos a utilização de
pinturas clássicas de pintores renomados sendo repassadas em larga escala, e o
sentido de aura que se tinha antes agora virou vulgar.
Pode-se
perceber que ao falar de teatro o autor o coloca como algo provido de aura, mas
o cinema não, pois a linguagem dos meios de produção de ambas são distintas assim
como a suas audiências, porque o cinema é uma experiência coletiva ou de
massas, e o teatro se restringe a seu espaço. No cinema, qualquer pessoa que
passe pela rua tem oportunidade de aparecer na tela, é a visibilidade que
tempos depois o cineasta norte-americano, Andy Warhol, intensificou com a frase
"no futuro todos serão mundialmente famosos por 15 minutos".
A
técnica de reprodução vista na arte modifica a atitude da massa diante da mesma,
pois o caráter elitista das pinturas é o contrário do público massivo do
cinema. A pintura que falei é elitista porque era voltada somente para uma
minoria apreciadora, mas o cinema é seu contrário, objetiva as massas, porque
as produções visam o lucro. Dificilmente um produtor parará e pensará: irei
produzir uma arte que faça as massas refletirem o seu papel na sociedade, o que
se busca nos filmes é a alienação da massa pelo conformismo do sistema
capitalista. De maneira geral, entende-se desse texto que a obra de arte
reproduzida pelos meios de comunicação de massa perde o seu valor estético.