O
texto “A cultura de massa no banco dos réus” presente no primeiro capítulo, Cultura de massa e “níveis” de cultura, do livro
Apocalípticos e integrados, de Umberto Eco, trata-se da exposição de alguns
teóricos que já discutiam a questão cultura de massa. A obra comenta a
conturbada relação entre as escolas funcionalistas (integrados) e os frankfurtianos
(apocalíticos) tematizando sobre a cultura de massa.
Umberto
Eco expõe que antes mesmo das teorias propostas por essas duas escolas sobre as
massas, já existiam pensadores que discutiam sobre o tema, entre eles temos os
filósofos Nietzsche e Ortega y Gasset. Ambos falam sobre a ascensão das massas
e o meio que elas fazem parte. Para os adornianos, Eco discute a preocupação
deles em relação a cultura de massa com os meios de comunicação que levam a uma
sujeição gregária podendo ser até mesmo um ótimo local, perfeito para um
ditador, como por exemplo Hitler. Essa cutucada que Umberto Eco faz, não
somente ao Adorno, mas para os frankfurtianos é algo de salutar importância
para entendermos os motivos negativistas que esses teóricos tiveram sobre os
mass media, uma vez que os meios de comunicação de massa foram bastante
utilizados durante o governo nazista, e isso é o que parece que deixou sequelas
nos judeus e marxistas de Frankfurt.
Outro autor citado pelo Eco é o
filósofo da mesma linha dos apocalípticos, Dwight Macdonald, que propõe níveis
de cultura: alta (high), média (middle) e baixa (lowbrow). A alta cultura é
somente a arte erudita, a média são as obras clássicas parodiadas para o
consumo comercial e a baixa se resume na cultura do mau gosto (músicas
apelativas, revista em quadrinhos, filmes trash). Para Macdonald o acesso das
massas a cultura elitista gera uma fenda definitiva e irreversível entre a
cultura popular e a erudita.
Segundo Umberto Eco a cultura de
massa é a cultura do homem contemporâneo emergido em um contexto histórico
desde a Revolução Industrial. Esse homem contemporâneo, gerado no âmago dessas
grandes transformações tecnológicas e sociais, tem um apetite diferenciado de
absorção cultural se levarmos em consideração os seus antecessores, podendo
usufruir ao mesmo tempo elementos da cultura erudita e popular.