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Os estudos culturais



Texto analisado:

ESCOSTEGUY, Ana Carolina. Os estudos culturais. In: HOHLFELDT, Antonio et al. (Org.). Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. Petrópolis: Editora Vozes, 2001. 

Em 1964 Richard Hoggart funda o Centro Contemporâneo de Estudos Culturais (Centre for Contemporary Cultural Studies – CCCS) na Inglaterra, tendo como meta entender as relações entre a cultura contemporânea e a sociedade. Além de Hoggart destacaram-se também os escritos de Raymond Williams e Edward Palmer Thompson, que semearam as primeiras sementes dos Estudos Culturais britânicos.

Os três fundadores dos Estudos Culturais (“os três porquinhos”: Hoggart, Williams e Thompson) tem em comum entender a análise da cultura de uma determinada sociedade através das formas textuais e das práticas registradas de uma cultura de maneira geral, é detectável o padrão de ideias compartilhadas entre os membros dessa sociedade e a sua assimilação pelos mesmos, algo muito parecido com que Geertz acreditava, onde a Cultura é formada por construções simbólicas, os significados contidos num conjunto de símbolos compartilhados[1].

Abordagens com o olhar diferenciado da pluralidade de modos de vida enriqueceram esse novo campo de estudo, que com a chegada de Stuart Hall, em 1968, como diretor da CCCS, só veio a contribuir com novas possibilidades de se estudar as subculturas, assim como os mass media. Em suma Hall aumentou a intensidade das pesquisas que compuseram a linha temática dos Estudos Culturais que criticavam a hierarquização cultural (alta/baixa ou superior e inferior).

Essa questão sobre de cultura alta e baixa, também é detectável na história da própria história. Onde a história era vista de cima para baixo, somente os reis, heróis, entre outros poderosos foram narrados pela história tradicional positivista. Com a chegada da micro-história alguns historiadores passaram a inserir os personagens antes marginalizados pela grande história. Nessa perspectiva esses mesmos personagens também eram excluídos na análise de suas culturas. Ambas correntes, tanto a micro-história quanto os Estudos Culturais, trataram de expor a história (oral/memória) e a cultura marginalizada respectivamente.

Os Estudos Culturais percorrem por diversas disciplinas do conhecimento, tornando-se conhecido como interdisciplinar, pois ligam os pontos entre elas, objetivando o estudo dos aspectos culturais da sociedade contemporânea.

Outro aspecto analisado nesse vasto campo dos Estudos Culturais são as pesquisas sobre os meios de comunicação que de início se preocupavam com a cobertura jornalística e em seguida para com o telespectador/audiência. Nesse ponto considero importante ser estudado na disciplina de Teoria da Comunicação, pois apresenta pesquisadores como Hall (codificação e decodificação) que discutiram essas questões inerentes a pesquisa em comunicação nas linhas dos Estudos Culturais.

Em relação ao texto, considero que a autora sintetizou bastante as ideias dos fundadores dos Estudos Culturais, priorizando somente o Stuart Hall. Tenho apenas alguns questionamentos sobre o texto: não compreendi o que ela quis dizer em “pela perspectiva teórica, resultam da insatisfação com os limites de algumas disciplinas, propondo, então, a inter/trans ou, ainda para alguns, a antidisciplinaridade” (p. 158).  Outro ponto é quando ela fala sobre “[...] unidade na diferença [...]” (p. 158), gostaria de entender se é similar as “singularidades” do texto de Durval Muniz sobre “Fragmentos do discurso cultural: por uma análise crítica das categorias e conceitos que embasam o discurso sobre a cultura no Brasil”.

 

 



[1] GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.